sábado, 14 de julho de 2012

13 de julho de 2012.
Entrevista com Natália Falavigna
A duas semanas de partir para Londres para competir na terceira Olimpíada da sua carreira, Natália Falavigna está fazendo sua última fase de treinamento no Rio de Janeiro. A atleta paranaense está se sentindo muito confiante para a sua participação, dizendo que está numa fase mais madura e, por isso, mais preparada para o que irá encontrar. Em entrevista, a primeira medalhista olímpica brasileira falou sobre toda a sua preparação, o seu estado de espírito antes dos Jogos Olímpicos e traçou um comparativo entre as duas Olimpíadas de que já participou e as que se aproximam, em Londres.

CBTKD: Que avaliação faz do seu treinamento de preparação para as Olimpíadas?
Natalia Falavigna: Foi bom! Esse é o momento final. Durante bastante tempo a gente fez bastantes treinos muito fortes, muito intensos, com muito volume, de repetição constante. Agora, faltando um mês, é um momento mais tranquilo, em que diminui um pouco a carga. A gente ainda varia algumas semanas fortes com semanas bem recuperativas e, muitas vezes, treinos mais fortes com treinos bem leves. Os treinos passam a ser mais definidos, com correção bem técnica. A parte tática já é como realmente é uma luta, na mesma intensidade. Eu estou contente! Pude treinar bem. Eu tive problemas no início do ciclo olímpico, mas termino muito bem, contente, alegre e bem de saúde, que, para mim, é o mais importante, pois estive impedida de poder competir e treinar. Então, dou valor a isso! Este é o momento de usar mais a cabeça, descansar bastante o corpo e estar relaxada, esperando o momento chegar.
CBTKD: Como é que você se sente para competir a sua terceira Olimpíada?
Natalia Falavigna: Eu falo que a gente combate a ansiedade treinando. A minha rotina continua a mesma. Treino de manhã e à tarde, tenho um descanso ou outro, faço massagem, fisioterapia, para que o meu corpo descanse e eu recupere ao máximo. Procuro me blindar um pouco, fico no meu mundo, na minha casa, curtindo as minhas coisas. Então não tenho sentido ansiedade, porque tenho treinado e trabalhado, sendo que isso me dá tranquilidade. Sei que estou no caminho certo, treinando bem e inteligentemente.
CBTKD: Consegue fazer um comparativo entre a comparação que fez para as Olimpíadas de 2004 e 2008 e a de Londres?
Natalia Falavigna: Consigo sim! Em 2004, ainda era uma atleta bastante crua na questão física e técnica, mas tinha bastante vontade e isso bastava na época para mim para conseguir superar as minhas dificuldades. Em 2008, tinha uma evolução física muito grande, mas, tecnicamente, ainda não tinha atingido o meu ápice nem tinha tantos recursos que eu pudesse aplicar. Agora para Londres, mesmo com um ciclo olímpico mais corrido, eu consigo ver que, ainda assim, a minha evolução foi muito grande na questão física, mas, sobretudo, na técnica, recursos e volume de luta, capacidade e habilidade para executar diversas técnicas diferentes. Hoje estou muito mais madura e consciente para ver como o combate funciona. Até porque, as Olimpíadas e as competições internacionais de que já participei têm um peso favorável. Consigo ver uma evolução constante e isso é o que me deixa feliz e me mantém motivada para continuar treinando. Mesmo após três ciclos olímpicos eu continuo evoluindo e com perspectivas de evoluir ainda mais até 2016. Realmente, eu vou encerrar a minha carreira no dia em que eu achar que cheguei ao meu limite e que não consigo ir mais além. Até hoje ainda não atingi o meu ponto máximo e isso me mantém motivada e capaz de ver essas diferenças nesses três ciclos olímpicos.
CBTKD: Em Londres, tem alguma adversária que considere mais forte?
Natalia Falavigna: Eu encaro todas da mesma forma, até porque a gente ainda não sabe onde vai cair na chave. Depende do rankeamento, mas, é claro, que eu tenho uma equipe que já estudou todas as hipóteses de lutas. Eu não descarto ninguém. São só 16 atletas e todas têm resultados internacionais, grandes conquistas. Quando um atleta tem uma história, você não pode descartar essa história. Tem de respeitar e saber que dentro das quatro linhas vai fazer o máximo naquele momento, que a história deve ser respeitada, mas tem de se comprovar a cada dia e a cada luta o por quê dessa história.
Carla Sofia Flores
Assessoria de Imprensa da CBTKD

Nenhum comentário:

Postar um comentário